O Rio João de Tiba amanheceu coberto pelo cheiro de óleo, e os moradores de Santo André foram os primeiros a denunciar o que parecia ser mais uma agressão ambiental patrocinada pela Veracel. A cena era revoltante: manchas escuras na água, odor pesado no ar e a indignação de uma comunidade que já se sente sufocada pela presença dessa gigante do eucalipto. A desculpa da vez foi a instalação de um “sistema elétrico” em sua embarcação. Como se isso justificasse a sujeira deixada para trás. Como se a vida do rio fosse descartável.
A Veracel, com seu discurso polido e calculado, insiste em negar qualquer responsabilidade. Mas quem vive às margens do rio conhece a verdade: quando há óleo na água, alguém o despejou. E não foi o povo. O episódio reacende a velha ferida aberta pela empresa, que avança sem piedade sobre territórios frágeis e protegidos.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Marinha foram acionadas, mas até quando a resposta será apenas “analisar” e “solicitar esclarecimentos”? Enquanto os órgãos produzem relatórios, a lama tóxica se infiltra na vida dos peixes, das aves e das famílias que dependem do rio. O povo quer respostas, não desculpas. Quer punição, não relatórios mornos. Quer um basta à impunidade que alimenta a arrogância da Veracel.
Por Redação
